segunda-feira, 10 de maio de 2010

Antissonho

Acabou com a bola de gude,
agora vai na contramão:
é outra a sua história,
outros são os seus amigos.
O cream-cracker esfarela em sua boca,
mas não aplaca a sua fome.
A fumaça do crack,
ah! que delícia de fumaça,
o leva para incríveis horizontes,
dando asas à sua imaginação:
luzes, estrelas, céus e nuvens,
a cabeça leve e feliz, nenhum caos,
como se os pensamentos falassem
e as falas se calassem.
Por fim no delírio, exclama:
“Como é bom! Mamãezinha me embala
bem junto ao seu coração!”

Quando acaba a fumaça,
as cinzas ficam no chão,
e, com ela, o menino drogado
e seu sonho mutilado.

Um comentário:

  1. Olá Sylvinha,
    achei esse poema forte,mas bonito!!
    Retrata uma triste realidade,uma infelicidade.

    Gosto dos seus poemas!
    Beijos, Carminha.

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