Na Corte Interamericana dos Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos OEA em São José da Costa Rica, foi realizado o 1º julgamento internacional contra o Brasil, por crimes cometidos durante a Ditadura Militar começando pela Guerrilha do Araguaia. O Brasil, sob a luz dos refletores, foi chamado à responsabilidade pelo desrespeito às leis internacionais. Victória Grabois, minha prima, foi representando as famílias dos desaparecidos no Araguaia - pois perdeu o pai, o marido e o irmão em 15 dias. No dia 20/05 ela escreveu sobre isso um artigo "A Verdade sob os refletores" no jornal O Globo. Para ela eu fiz este poema:
MEMÓRIA, VERDADE, JUSTIÇA “Só as feridas limpas podem cicatrizar” Michele Bachelet Para victória Grabois
Antígona chora, determinada, ao enterrar o irmão morto em batalha. Viola a lei e desafia a sociedade. Foi condenada e enterrada viva. Sua saga é um exemplo de luta pela liberdade.
Hoje nossa causa é pelo direito à memória e à verdade sobre os crimes do passado e os Direitos Humanos violados. Caminhar em busca da justiça e da dignidade e descobrir os corpos insepultos ou como indigentes sepultados é tornar este sonho possível.
Abrir os arquivos, pesquisar, contar a nossa História como aconteceu, resgatá-la, para que não volte a acontecer. Usar a palavra como arma para que assim possamos nos olhar de frente denunciando os abusos de nossa História recente.
Que a barbárie não se repita: limpemos as feridas. Para esquecer, é preciso antes conhecer: conhecer o passado para enfrentar o futuro, transmitindo às novas gerações a lição de que o homem pode viver daqui pra diante sem ser torturado, humilhado e explorado por seu semelhante.
Sylvia Grabois, poeta, comecei a frequentar a Oficina de Literatura Cairo Trindade em 2007. Lancei em 2008 "Um Cordel para Rob" (meu marido), tive poemas publicados na Agenda da Tribo e na Coletânea do 1º Concurso Carioca de Poesia na ABL e fui classificada no 4º Concurso Bafafá de Poesia. Fiz parte da Antologia Híper, Editora Contemporânea 2009 e lancei agora meu primeiro livro solo "Direito e Avesso" pela Personal, com a Orelha de Marcus Vinícius Quiroga e Patrícia Pillar, e minha contra capa de Thiago de Mello. Participo do "Terça ConVerso no café" do grupo Poesia Simplesmente de Laura Esteves no Teatro Glaucio Gil. Frequento a 3 anos a FLIP em Paraty, dizendo poemas em cirandas, participo da escola de Poesia Falada de Elisa Lucinda na Casa Poema.